quarta-feira, 23 de maio de 2012

Terminei o Sagarana!

Olá!

Gosto de ler, e hoje estou particularmente feliz, porque terminei de ler um livro que eu estava lendo há muito tempo - Sagarana, um livro de contos, do Guimarães Rosa. É que eu leio de formas diferentes livros diferentes - livros do tipo água com açúcar, ou de leitura mais fácil, sou capaz de devorar num só dia, mas os clássicos (e Guimarães Rosa é um clássico), gosto de "estudar".

"Estudar", pra mim, é ler procurando alguns significados de palavras no dicionário (não todas, senão a gente não consegue terminar de ler o livro), e retornar um pouco nos trechos mais difíceis - o que torna a leitura mais demorada. Então, às vezes, estou lendo mais de um livro ao mesmo tempo - um "água com açúcar", e outro "de estudo" - quando canso de um, pego o outro, e vice-versa.

Mas, voltemos ao Guimarães Rosa. Fora o que a gente estuda na escola (não li nenhum livro dele na escola), aquela coisa de "período tal, escritores mais importantes: Fulano, Beltrano, Sicrano...", e escutar na TV que a minissérie Grande Sertão Veredas era baseada na obra dele, nunca mais tive nenhum contato com o Guimarães Rosa, até 2004.

Nesse ano, eu e meu marido fomos conhecer algumas cidades históricas mineiras (já escrevi isso em algum canto por aí, mas não canso de repetir - a gente é doidim por Minas!) - adoramos o passeio. Num certo dia da tal excursão, também conhecemos a simpática cidadezinha natal do ilustre cidadão - a pequena Cordisburgo - que significa "Cidade do Coração". Em Cordisburgo, visitamos a Gruta do Maquiné (ele cita as bandas do Maquiné em algum de seus contos do Sagarana, agora não lembro qual), a casa onde Guimarães Rosa nasceu, onde havia um grupo de crianças recitando trechos de sua obra, os "Miguilins" (Miguilim, pelo que me lembro do que foi explicado na excursão - é o nome de um dos personagens criados por Guimarães Rosa). A casa dele, juntamente com a mercearia de seu pai, foram transformadas em museu. Pena que a visita foi bem rápida...

Então, foi a partir daí, que comecei a "conhecer" um pouco mais a figura de Guimarães Rosa (escrevo "conhecer" porque gosto de saber em que contexto as obras dos autores foram escritas, para poder entendê-las melhor). O cara era realmente uma figura... Formou-se médico, trabalhou em Belo Horizonte, mas também atendeu no interiorzão de Minas Gerais, onde teve bastante tempo para aperfeiçoar sua percepção a respeito dos costumes, paisagens, e personagens reais que serviram de base para seus escritos. Trabalhou no exército, e também atuou como diplomata, tendo inclusive ajudado a salvar vidas de judeus na Segunda Guerra Mundial (você sabia disso? Eu não...). Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras e adiou um tempão a cerimônia de posse. Quando finalmente resolveu fazê-lo, morreu de infarto fulminante alguns dias depois...

Logo ao iniciar o livro, tem-se a explicação de que não adianta recorrer ao dicionário, que lá não existem algumas palavras das obras de Guimarães Rosa, porque ele simplesmente as inventou! Veja bem, inventar palavras que façam sentido no meio de uma leitura, não é pra qualquer um não... Tem que ser bão mesmo!

Depois de ler "Sagarana", não sei se lerei algum outro livro dele com tantos bois, cavalos, nhôs, mato... Mas, resumindo, gostei! Me faz lembrar muito das Gerais...

Um abraço pra você, e que venham os próximos livros (hoje comprei dois num sebo - hehehe - delícia!)!

Juliana

2 comentários:

  1. Obrigada Ju, seja uma seguidora do meu blog e chame suas amigas também, estou precisando postar mais coisas, mas estou quase sem tempo. Obrigada pela visita, bjs

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    1. Ah, Bete, eu sei bem o que significa esse termo - "sem tempo" - males da vida moderna...

      Um abraço!

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